quinta-feira, 9 de junho de 2011

"E quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"


Eduardo e Mônica

Legião Urbana

Composição : Renato Russo
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
"Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir"
Festa estranha, com gente esquisita
"Eu não tô legal", não agüento mais birita"
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
"É quase duas, eu vou me ferrar"
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de "camelo"
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?

segunda-feira, 6 de junho de 2011

NOTA DA UNIDOS PRA LUTAR - BOMBEIROS DO RIO DE JANEIRO


SOLIDARIEDADE À JUSTA LUTA DOS BOMBEIROS DO RIO DE JANEIRO
LIBERDADE IMEDIATA AOS PRESOS POLÍTICOS DO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL

Reunião de Bombeiros na ALERJ

439 soldados presos, dezenas de feridos e completo desrespeito aos direitos humanos foi o saldo da operação realizada pela Tropa de Choque da Policia Militar e pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE) para desocupar o Quartel Central do Corpo de Bombeiros tomado por mais de 2 mil soldados no dia 04/06. Os bombeiros há mais de um mês reivindicam reajuste salarial e melhores condições de trabalho, sendo que no Rio de Janeiro recebem R$ 950 reais de salário.

A ação de repressão e despejo foi ordenada pelo governador do Estado do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB) um dos principais aliados da presidente Dilma Rousseff e por muito pouco não termina em tragédia.

Na coletiva a imprensa dada pelo governador horas após o conflito estampava-se em sua face o ódio e o desprezo para com a categoria e seus familiares.

Sérgio Cabral com o cinismo que lhe é peculiar chamou de vândalos os trabalhadores (as) que durante as últimas tragédias naturais ocorridas no estado não mediram esforços para salvar milhares de vidas soterradas pela lama. 

Tragédia de dimensões gigantescas cujos responsáveis são a maioria dos políticos e seu total descaso com os problemas da população e dos trabalhadores. Pouco lhes importa que os bombeiros tenham salários arrochados ou que famílias inteiras fiquem sem teto, porque eles já são podres de rico! No caso do governador, dono de uma luxuosa cobertura no Leblon e de uma mansão em Angra dos Reis enquanto que o Ministro da Casa Civil de Dilma, Antonio Palocci ganhou nada menos que R$ 20 milhões de reais em quatro anos, traficando influências e vendendo informações privilegiadas para empreiteiras e banqueiros amigos do PT/PMDB que financiaram suas campanhas eleitorais.

O estado do Rio de Janeiro se prepara para receber dois mega-eventos esportivos, que deveriam ser preparados com toda seriedade. Mas estão gastando bilhões de reais em obras sem nenhuma transparência para favorecer suas amigas empreiteiras das quais eles com certeza receberão generosas “propinas”, enquanto que, para os trabalhadores, para segurança publica, para saúde ou educação é cada vez menos orçamento e mais ajuste!

Por trás do glamour que ostenta nossa cidade maravilhosa existe uma enorme desigualdade social. De um lado a ganância dos ricos que controlam a Super-via, as Barcas S/A e que detém parte do negocio gerado pelo monopólio da água e do esgoto, do outro lado uma população que se pendura nos trens e paga uma das passagens de ônibus mais caras do país.

A luta dos trabalhadores (as) do corpo de bombeiros é parte da luta que vem travando trabalhadores em educação e o conjunto dos servidores estaduais contra o governo do estado por melhores salários e condições de trabalho. Por isso todos devem estar unidos nessa luta.

A resposta que vem dando Sergio Cabral às justas reivindicações dos trabalhadores (as), em especial do Corpo de Bombeiros, não tem sido a destinação de uma parte dos royalties provenientes da produção do petróleo e do pré-sal, ao contrário, tem sido bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo, spray de pimenta e uma completa criminalização das lutas salariais. Daí que os bombeiros presos são todos presos políticos do Governo do Estado, por exercer o legítimo direito de lutar por melhores salários!

Exigimos a libertação imediata desses trabalhadores e a imediata abertura de negociação com a categoria no sentido de atender suas justas reivindicações.

Não aceitaremos nenhum processo disciplinar que macule a vida profissional dos “heróis” trabalhadores que arriscam suas vidas para salvarem vidas.

Enquanto todos fogem do fogo, nossos heróis são obrigados a encarar o fogo. Enquanto todos fogem do perigo, nossos heróis são obrigados a enfrentar o perigo. 

Sabemos reconhecer como trabalhadores que somos a luta dos bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Sua luta é nossa luta. ESTAMOS JUNTOS!

É principio de UNIDOS PRA LUTAR A SOLIDARIEDADE DE CLASSE a todos os trabalhadores que lutam contra os governos e os patrões por melhores salários e condições de trabalho.
  
Nesse sentido, colocamos a disposição dos Bombeiros e seus familiares a limitada e humilde estrutura política e material de nossos sindicatos e associações para ajudar que sua luta seja vitoriosa. Isso significa a utilização de nossas sedes, carro de som, telefones e apoio financeiro para ajudar a coordenar sua luta que já é nacional. NENHUM PASSO ATRÁS. FIRMES NA LUTA ATÉ A VITÓRIA!
 
UNIDOS SOMOS FORTES!
QUEM É! QUEM É! É O BOMBEIRO NO LOCAL!

“Rija luta aos heróis aviventa,
Inflamando em seu peito o valor,
Para frente o que importa a tormenta
Dura marcha ou de sóis o rigor?
Nem um passo daremos atrás,
Repelindo inimigos canhões
Voluntários da morte na paz
São na guerra indomáveis leões”.

Estrofe do Hino do Soldado do Fogo (Bombeiros)
Letra: Tem. Sérgio Luiz de Mattos - Música: Cap. Antonio Pinto Júnior

Rio de Janeiro-RJ, 05 de Junho de 2011.
  
UNIDOS PARA LUTAR
Associação de Sindicatos Livres e Independentes
FONE: (21) 9362-0403. e-mail: unidospralutar@ymail.com
Endereço na Internet: http://unidospralutar.blogspot.com/

terça-feira, 24 de maio de 2011

TODO APOIO ÀS CANDIDATURAS DAS PROFESSORAS SIRLIANE E CLÁUDIA DURANS À REITORIA DA UFMA

EM DEFESA DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA, DEMOCRÁTICA, TRANSPARENTE E DE QUALIDADE!


Uma vez mais a UFMA passa por eleições para a reitoria. Uma vez mais dois blocos se articulam em posições antagônicas.

Um, apegado ao poder a qualquer custo (se precisar mudar as regras do jogo para ganhar a consulta, como já se fez, muda-se!), à bajulação do governante de plantão (seja FHC–Lula–Dilma, seja Roseana Sarney–José Reinaldo–Jackson–Roseana Sarney), à gestão obscura das fundações Sousândrade e Josué Montelo, à gestão antidemocrática da universidade, à concepção fast food da educação superior, voltada para os interesses do mercado.

Outro conjunto de forças comprometido com a resistência ao processo neoliberal que se alastra dos organismos internacionais às universidades brasileiras, defensor de uma consulta universitária que se encerre em si mesma, de gestão participativa-transparente-democrática da universidade, que não aderiu às benesses do poder Lula-Sarney, que constrói a universidade de qualidade no cotidiano da produção científica, que não se deixa cooptar e mantém a autonomia de suas entidades representativas.

Não há meio termo. Não há conciliação entre essas duas concepções de universidade. A eleição de reitor não pode ser uma dívida a ser paga do processo eleitoral externo à UFMA ou pelas bolsas estudantis recebidas do reitor ou pelo apoio a projetos de pesquisa, obrigação de uma instituição que se pretende referência na construção do conhecimento. Um bloco é expressão da aliança tucano-roseanista, sob apoio de setores lulistas. O outro bloco, é a afirmação das forças da autêntica esquerda universitária.

A próxima administração superior da UFMA NÃO PODE ATRELAR O FUTURO DA UNIVERSIDADE À ILUSÃO DO REUNI, como faz a atual administração. A implementação do projeto do governo federal para a universidade pública escamoteia o debate de seu desmonte com o projeto de expansão das vagas via REUNI, sem a previsão de recursos suficientes que acompanhe esse processo, resultando em salas superlotadas, quadro de professores insuficiente, falta de assistência estudantil etc. Esse quadro tende a se agravar, uma vez que, com o corte de mais de R$ 50 bilhões anunciados pela presidente Dilma, não se terá recursos suficientes para sanar os problemas da universidade pública brasileira, como também haverá dificuldades de concluir as obras iniciadas. Nesse contexto, O ENSINO À DISTÂNCIA NÃO PODE SER A BASE DA EXPANSÃO DA UNIVERSIDADE.

A próxima administração superior da UFMA NÃO PODE SILENCIAR ANTE À CORRUPÇÃO INSTALADA NA CONCESSÃO DE BOLSAS DA FAPEMA; NÃO PODE SER FICHA SUJA, com suas contas rejeitadas; NÃO PODE GESTAR OS RECURSOS PÚBLICOS A SEU BEL-PRAZER, sem consulta à comunidade acadêmica; ser intransigente e interditar o debate democrático dos rumos da UFMA ou intervir nas organizações representativas da comunidade, buscando sua cooptação; NÃO PODE MANTER ESSE PROCESSO DE ESCOLHA ANTI-DEMOCRÁTICO DE SEUS DIRIGENTES, ainda resquício da Ditadura Militar, sob o voto de uma consulta que pode simplesmente ser desconhecida pelo Conselho Universitário, como já ocorreu na UFMA pouco tempo atrás.

Diante de tudo isso, não há o que titubear. Para garantir a continuidade da luta e a resistência na UFMA, O PSOL MANIFESTA SEU APOIO ÀS CANDIDATURAS DAS PROFESSORAS SIRLIANE E CLÁUDIA DURANS. Para o PSOL, votar em uma delas é votar pela UFMA comprometida com a mudança na educação superior maranhense. Pela força da mulher, um caminho autônomo e de resistência à gestão da UFMA!

PSOL - Partido Socialismo e Liberdade

PALOCCI TEM QUE SAIR!


Mais uma vez o governo do PT enfiado ate o pescoço em denúncias de corrupção. Mais uma vez a Casa Civil exalando o cheiro podre como central de negócios sujos. Mais uma vez Palocci como protagonista de ilícitos que levam ao enriquecimento fácil. Nada é novo, o problema é saber até quando se podem tolerar desculpas esfarrapadas para justificar o assalto aos cofres do Estado em beneficio destes grupos que chegam ao poder.

Diferente de seus antecessores, José Dirceu e Erenice Guerra, que comandaram o mensalão e esquemas de propinas, o atual Ministro Palocci, nem precisou chegar à poderosa Casa Civil para receber rios de dinheiro. Uma pequena antecipação pelos serviços que iria prestar para traficar influências e repassar as valiosas informações que fornecem as entranhas do Estado.

Para a tropa de choque do governo Dilma, que enfrenta “indignada” o questionamento da opinião pública, o enriquecimento do Ministro Palocci é normal. Ministros, senadores e deputados, encabeçados pelo próprio Sarney, numa atitude de auto-proteção, tentam explicar que não tem nada de irregular um ex-ministro multiplicar seu patrimônio em 20 vezes no curto período de quatro anos. Mas quais são as qualidades excepcionais deste Ministro, para construir uma fortuna de muito mais de 20 milhões em tão pouco tempo?

Certamente que esse meteórico enriquecimento não foi produto de sua excepcional inteligência nem dedicação ao trabalho e sim de sua localização em postos chaves do governo. A partir desses cargos, Palocci detém valorosas informações sobre os caminhos para chegar ao dinheiro público, que vende a peso de ouro para o grande capital, seja financeiro, agronegócio, empreiteiras ou outras corporações. Palocci está nesse cargo porque, além de homem de confiança de Lula e do PT, é “o cara” de confiança de todos eles, dos chamados “mercados”.

Claro que a mudança de Palocci, de militante de esquerda e médico a intermediador de milionários negócios a serviço das grandes empresas não é um fato individual. O PT no governo, seus dirigentes, deputados, ministros, governadores, prefeitos, vereadores, secretários, seja no primeiro, segundo ou terceiro escalão, descobriram que é muito fácil virar rico. Seguiram a receita dos burocratas e ditadores capitalistas chineses que afirmaram que “é glorioso ser rico”. E tanto lá como cá, a riqueza individual alcançada pelas autoridades que deveriam servir ao bem público é ampliada por entregarem os bens da nação, o suor do povo e o esforço de gerações para os bilionários de turno que compram facilmente estes políticos venais. Um exemplo disto é a bancada de deputados e senadores do PT que já tem 14 milionários.

O financiamento de campanha é o primeiro passo para esta parceria. Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo Correia, junto com os donos do Bradesco, do Itaú e de outras instituições financeiras e os bilionários do agronegócio, estão entre os maiores doadores das campanhas de Dilma Roussef e demais candidatos petistas e demo tucanos. De acordo com as noticias da imprensa, outra empreiteira, a WTorre, que faz negócios milionários com a Petrobrás e os fundos de pensão Funcef e Previ, é doadora da campanha da Presidente Dilma e do Ministro milionário Palocci. A partir daí é fácil virar “cliente” do político que também é “consultor” das empresas que recebem valiosas “dicas”, que com certeza representam para o investidor um retorno bem superior ao investido na compra da sigilosa informação. Alguém imagina quanto lucraram os que pagaram a Palocci os 20 milhões? É a mesma razão que leva a banqueiros e multinacionais a pagarem até U$S 500 mil por palestra no exterior, nas quais o ex-presidente Lula vende seus “conselhos” e conhecimentos obtidos nos oito anos de governo.

Esses são os “ralos” pelo que sai o dinheiro que deveria ir para educação, saúde, segurança, moradia, salários. Os contratos para pedágios, construção de portos, navios, casas, estádios, estradas, aeroportos, plataformas, hidrelétricas são na maioria das vezes super faturados; não se investe nas obras o prometido nos contratos; o material de má qualidade faz com que prédios desabem; os controles são inexistentes e as licitações de carta marcada. A novidade agora é uma “mudança” na lei de licitações para favorecer os amigos do poder nas obras para a Copa e Olimpíadas. Mas se isso não bastasse, tem os créditos fartos do BNDES, com juros camaradas e prazos a perder de vista.

Palocci e os políticos da base governista, como antes fizeram os ministros e políticos do tucanato, enquanto enchem o próprio bolso e o dos seus verdadeiros patrões que são as grandes empresas, impõem reformas da previdência que tiram direitos; decidem um salário mínimo que não cobre as necessidades de uma família trabalhadora; cortam verbas da saúde, da educação, da prevenção de catástrofes, da segurança para fazer superávit primário e pagar ao sistema financeiro 1,7 bilhão de reais por dia em juros e amortizações de uma dívida ilegal e imoral. Afastando-se de sua origem como trabalhadores e como militantes de esquerda, vivem como ricos e pensam como tais, sem preocupação com a inflação e sem pudor para congelar salário do servidor público ou deixar milhares de desabrigados na rua.

Ao amparo deste tipo de políticos e de governo, aumentam as máfias como a dos “sanguessugas”, a das ambulâncias, a dos roubos da merenda escolar, e todo tipo de ilegalidades de verdadeiras quadrilhas que se espelham nos governantes e se favorecem da impunidade que a todos eles protege. Proteção mútua necessária como são os pactos de silêncio entre as máfias, porque todos eles são cúmplices dos escandalosos roubos de dinheiro publico.

Palocci tem que sair

Sua trajetória está trilhada de obscuros negócios à margem da lei, como a violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo, que denunciou que Palocci, reunia-se na mansão de Brasília onde lobistas e políticos celebravam suas negociatas, regadas à Whisky e champanha importados. Por isto ante este mais novo escândalo, Palocci deve sair já do governo!

Até que não se imponha o financiamento público das campanhas eleitorais e a obrigação de abertura dos sigilos bancário e fiscal de todos os políticos ocupantes de cargos públicos, continuarão se enriquecendo mandando e desmandando os Palocci, Dirceu, Sarney, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, etc. à serviço do grande capital, esvaziando os cofres públicos e penalizando a população trabalhadora.

Mas para mudar este podre regime político do poder econômico e da corrupção, mandar estes lobistas milionários e os novos milionários políticos corruptos como Palocci para a cadeia e devolver aos cofres tudo o que roubaram, é necessário que o povo se organize e lute nas ruas, como fizeram no Egito ou na Tunísia. Os estudantes e a juventude de Brasília, que expulsaram um reitor corrupto e um governador como Roriz através de sua mobilização, são o exemplo mais próximo a seguir.

Coordenação Nacional da CST – PSOL - 22 de Maio de 2011

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Banda Nova Bossa

Ontem procurando o que fazer no fim de semana, descobri na net que amanhã (16/04/2011) vai haver um show Tibuto a Los Hermanos lá no Espaço Catarina Mina no Reviver (Centro Histórico de São Luís) com bandas e músicos convidados. Até aí tudo bem, liguei pra um amigo que assim como eu é louco por Los Hermanos, fiz o convite pra irmos ao show, etc.
Uma das bandas que vai tocar é a Nova Bossa - que até então eu não conhecia. Fiquei curiosa, achei estranho e pensei se tratar de uma coisa mais Bossa Nova mesmo, mas com a cara dessa nova geração da bossa. Ativou minha cuiriosidade mais ainda o fato de ter ouvido uma música bacana, nova, tocando na rádio Universidade FM que ao final o locutor aunciou ser dessa banda que vai está no show amanhã.
Então vasculhando na internet achei uns vídios e uma entrevista muito recente da banda no programa Vertentes da Universidade FM. É uma banda formada por garotos, todos muito jovens mesmo, mas com músicas de muita qualidade. Eles tocam principalmente músicas de composição deles, aliás eles já possuem cerca de 60 composições e dessas já gravaram umas 10.
Vale a pena conferir!
Abaixo o vídeo onde eles cantam "Casa Amarela".










quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um pouco sobre a história da Bossa Nova

Se a própria definição de Bossa Nova já é discutível, mais incerto ainda é seu nascimento. Marcos são necessários para que empresas e gravadoras possam encher as prateleiras das lojas com lançamentos e compilações. 2008 ficou marcado como o cinqüentenário do estilo, tendo como referência o lançamento do LP “Canção do amor demais”, de Elizeth Cardoso, e o famoso (merecidamente) “Chega de Saudade”, do baiano João Gilberto. Longe de pôr à prova esses dois álbuns, mas o que seria deles sem a participação da dupla de compositores mais importantes da música brasileira: Vinicius de Moraes e Antonio Carlos Jobim?

Embora tanto Tom quanto Vinicius tenham composto em variados estilos, eu me arriscaria a afirmar que a Bossa Nova nasceu quando o ainda desconhecido pianista aceitou o pedido do renomado poeta para participar da criação das músicas da peça “Orfeu da Conceição”.

O sensível espetáculo só poderia mesmo ter saído da cabeça de Vininha: um mito grego transposto aos morros cariocas – perfeito encontro entre o erudito e o popular. Resumidamente, na história do poeta e diplomata, Orfeu era um morador de favela negro apaixonado pela bela Eurídice. O principal encanto de Orfeu era a sua música. Na peça, a lira grega se transforma no mágico (e já “abrasileirado”) violão.

Assim como o surgimento da Bossa, várias versões são contadas para o primeiro encontro de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. A princípio, o responsável pelas músicas da peça seria Vadico, o parceiro de Noel Rosa. Por problemas de saúde, o pianista recusou o convite do Poetinha. Tanto no encarte do CD “Orfeu da Conceição” (com texto de Rodrigo Faour, escrito em 2006) quanto no Songbook “Orfeu” (lançado pela Jobim Music, em 2003), atribui-se ao jornalista Lúcio Rangel a idéia de indicar o jovem Tom a Vinicius. Em “Chega de Saudade” (livro de Ruy Castro lançado em 1990), conta-se que o nome de Tom já estaria sendo soprado no ouvido do poeta por Ronaldo Bôscoli, que, na época, era cunhado de Vinicius.

Ninguém discute, porém, que os dois já se conheciam apenas de vista do Clube da Chave, em Copacabana, onde Vinicius lembra ter se surpreendido com o “jeito diferente” que Tom tocava a música “Tão Só”. Fato é que tempos depois, no bar Villarino, centro do Rio, o Poetinha apresentou a proposta da peça a Jobim, ao que este, sempre preocupado com o pagamento do aluguel, respondeu: “Mas tem um dinheirinho nisso aí?”. A história ficou quase tão famosa quanto os novos parceiros que acabavam de se firmar.

“Orfeu da Conceição” já nasceu grande. Texto e letras de Vinicius de Moraes, música de Antonio Carlos Jobim, cenários de Oscar Niemeyer e um elenco só com atores negros que pisariam pela primeira vez no palco do Teatro Municipal. A peça estreou no dia 25 de setembro de 1956 e fez tanto sucesso que no dia 1º de outubro do mesmo ano, a gravadora Odeon lançou um LP com as músicas cantadas por Orfeu (neste caso, interpretadas pelo cantor Roberto Paiva, escolhido pelo diretor artístico Aloysio de Oliveira), uma abertura instrumental de Jobim inspirada na “Valsa de Eurídice” e o “Monólogo de Orfeu” declamado pelo poeta com a melodia de “Modinha” ao fundo.

O álbum não fez tanto sucesso na época quanto à peça. Isso porque a Odeon optou por lançá-lo em dez polegadas, ou seja, maior que um compacto e menor que o LPs com capacidade de 12 faixas. Poucas pessoas tinham o aparelho necessário para este formato, por isso, o disco “Orfeu da Conceição” ficou restrito à elite.

Nem isso ofuscou o brilho das canções. Para escrevê-las, Tom e Vinicius refugiaram-se em um endereço que logo ficaria famoso: o apartamento de Tom, na Rua Nascimento Silva 107. Lá nasceu “Se todos fossem iguais a você”, primeira parceria da dupla que foi constantemente regravada nesses mais de 50 anos de existência.

O que falta para “Se todos fossem iguais a você” ser considerada Bossa Nova? Admito que a interpretação de Roberto Paiva fica longe do caráter “desafinado” dos bossanovistas. Mas letra e melodia são indiscutivelmente modernas.

A fase de transição é perceptível neste álbum. Na “Ouverture”, a orquestra de 35 integrantes regida por Tom segue à risca o encontro de erudito e popular. É notável a admiração do maestro tanto por Villa-Lobos quanto por Nelson Cavaquinho. A música começa com caráter clássico, é transformada pelo violão de Luiz Bonfá e termina em um legítimo samba.

Percebo em “Um nome de mulher” e “Eu e o meu amor” uma influência maior do samba tradicional. Talvez pela interpretação mais dramática, até um tanto chorosa, de Roberto Paiva. Acredito que o recurso do coro também reforce essa característica.

Em “Mulher, sempre mulher” e “Lamento no morro” sinto mais uma vez a modernidade que resultaria anos mais tarde na Bossa Nova. Letras leves e o violão se impondo à melodia.

No ano em que tanto se fala sobre “Canção do amor demais” e “Chega de Saudade”, pouco é explicado sobre o que era produzido antes. “Orfeu da Conceição” foi um marco na música e no teatro brasileiro, embora tal fato não seja tão reconhecido. Na história, a favela se torna o Monte Olímpo, onde quem reina é Orfeu e seu violão. Na trilha, a música dos deuses: o fruto do que seria apenas o começo da parceria que mudou a história da música popular brasileira.
...
Fonte:http://www.bossanova.blogger.com.br/

Em defesa do PSOL classista e de combate no Maranhão


O PSOL/MA atravessa uma das suas maiores crises, processo que se arrasta desde 2009
e que recentemente gerou a ruptura de um coletivo de militantes e filiados que dirigiam o partido em nosso estado. Essa crise enfraqueceu e debilitou o partido e a esquerda. É urgente a superação do internismo e da paralisia dos últimos meses. Os que escrevem essa nota desejam contribuir analises e propostas para recolocar o PSOL/MA no centro da luta de classes combatendo governo e patrões e disputando contra a velha direção traidora e a falsa esquerda.

Há uma crise social que se aprofunda

Nosso estado atravessa tempos tenebrosos. Governado pela oligarquia Sarney há mais de 40 anos, mais da metade da sua população não possui condições mínimas de direitos humanos. Enquanto Dilma e Temer falam de erradicar a pobreza, no Maranhão temos 56% da população em condições de pobreza absoluta. Isso, considerando o conceito de pobreza do Banco Mundial, o que daria uma renda de R$ 270, com a qual nenhum ser humano consegue sobreviver com dignidade. Praticamente essa mesma porcentagem não tem acesso a saneamento básico. Há um batalhão de precarizados, sub-empregados ou desempregados, amargando a ausência de direitos trabalhistas, o que estimula o crescimento vertiginoso da violência.

Roseana Sarney e Washington Luiz continuam a receita neoliberal de Jackson Lago aprofundando esse quadro. Na saúde, não há investimento para garantir número adequado de profissionais, de material ou infra-estrutura. A educação é outra catástrofe
recorrente apesar do enorme esforço dos profissionais do setor e da imensa carga de trabalho que acumulam. Os serviços públicos são desmontados, seguindo a risca a linha do governo Dilma de arrochar salários e permitir que a iniciativa privada obtenha lucro vendendo serviços em áreas que deveriam ser do Estado. Há um tremendo déficit habitacional, que transbordou novamente na cheias dos rios Mearim, Itapecuru, Tocantins e Parnaíba, desabrigando e desalojando 10 mil pessoas em 12 cidades, sobretudo em Trizidela do Vale, Igarapé do Meio e Bacabal. São milhares de trabalhadores, que sem ter alternativa, habitam nos leito dos rios, em zonas de risco ou possuem casas impróprias ou inadequadas.

A reforma agrária, pauta histórica dos movimentos sociais, nunca sai do papel. Nem pelas iniciativas do palácio do planalto, nem pela ausência de iniciativa dos eventuais inquilinos do Palácio dos Leões. Cresce o favorecimento do agronegócio e a concentração de terra atinge índices alarmantes, com 56% das terras nas mãos de apenas
2,8% imóveis.

Por outro lado, como é característico dessa oligarquia, cresce a corrupção. No governo PMDB/PT é a da FAPEMA e da FUNAI, seguindo a risca o mesmos esquemas ilícitos que contaminam o STF Ficha Suja, o senado dos atos secretos, a câmara dos mensaleiros. Fatos que devemos combater.

A crise no PT abriu uma oportunidade

Na eleição passada as fileiras do PT foram convulsionadas. A imposição da aliança com Roseana Sarney, gerou uma crise brutal e rejeição de metade do partido, cuja expressão na superestrutura foi a greve de fome do deputado Domingos Dutra, de Teresinha Fernandes e de Manoel da Conceição. Houve ainda vigílias em sede do partido,pronunciamentos contrários de deputados estaduais e notas públicas de dirigentes sindicais ligados ao PT e CUT. A radicalização da base petista contra o sarneysmo da direção foi acentuada pelo fato do PT ter integrado a frente que questionou a posse de Roseana Sarney após a justiça determinar a cassação de Jackson Lago do PDT em 2009.Roseana assumiu o governo no tapetão e governou de forma ilegítima visto que não ocorreram novas eleições depois da cassação de Jackson.

Naquela ocasião, nós da Corrente Socialista dos Trabalhadores (tendência interna do PSOL) nos posicionávamos da seguinte forma:
Sabemos que a situação é difícil, pois a direção do partido empurra para fora todos os que pensam diferente. No momento a ala anti-Sarney sofre um processo camuflado de expulsão e seus direitos democráticos são retirados. Em todo o país os petistas que não se curvam estão sendo pisoteados pela direção. ... a polarização interna ainda seguirá, pois o PT se divide em dois grupos divergentes no estado... O PSOL nasceu com a convicção de que era necessário e possível construir uma esquerda socialista e democrática, como uma trincheira a todos os que querem lutar. Sabemos que o PSOL estará aberto a um dialogo assim que os companheiros, que hora se encontram em uma dura batalha, julgarem que é o momento apropriado. Sabemos que o PSOL estará de portas abertas, caso os companheiros que já saíram do PT decidam construir outra alternativa à esquerda do governo Lula”. (Somos solidários aos petistas que não se curvam para Sarney e sua máfia! Nota da CST – Junho 2010).

Efetivamente ocorreram desfiliações e um grupo de companheiros pediu ingresso no PSOL/MA. De nosso ponto de vista, trata-se de ter uma política para intervir nessa crise e trazer ao nosso partido, para o nosso programa, ativistas sindicais e populares que desejam construir uma verdadeira esquerda em nosso estado. Para isso temos que vencer um problema elementar: fazê-los compreender que o “sarnopetismo” é nacional, irreversível, que afetou diretórios em todo país. Lula, pessoalmente, comandou a operação abafa, quando Sarney esteva prestes a cair da presidência do Senado, repetindo o que fez em apoio a Renan. Não esqueçamos que Roseana foi líder do governo Lula até 2009, antes de assumir o posto de governadora do MA. Lula também comandou a tropa de choque contra Domingos Dutra durante a greve de fome e ordenou a intervenção no PT do Maranhão, de MG e outros estados, destruindo o PT. Esse processo vai se aprofundar nas eleições de 2012. O governo Dilma é mais refém de Sarney do que o governo Lula, visto que o PMDB ocupa a vice-presidência com Temer. O PT deu sobrevida a uma das piores oligarquias do país, exatamente como deu sobrevida a Maluf e Jader com alianças em SP e PA. Ser oposição a governo Roseana PMDB/PT é um primeiro passo para ser oposição de esquerda ao governo Dilma PT/PMDB.

Enfrentar os obstáculos

Na construção de uma esquerda autêntica em nosso estado temos que enfrentar as falsas esquerdas, sobretudo o PDT e o PC do B de Flávio Dino, que são vistos como progressivos e “alternativas” aos Sarney. O PDT pelo episódio de 2009, embora saibamos que esse partido se enfraqueça com a morte do seu principal líder, Jackson Lago. O PC do B causa mais confusão e aparece como a “novidade” com Flávio Dino, que chegou a disputar o segundo turno na capital São Luis em 2008 e ficou a frente do PDT nas eleições de 2010. De fato, conseguiu canalizar a maioria do descontentamento anti-sarney e capitaliza até o momento eleitoralmente grande parte do movimento social que enfrentou a posse de Roseana em 2009.

É necessário não titubear, não capitular e não ter medo de enfrentar essas ilusões. Do contrário não conseguiremos abrir um espaço próprio para o PSOL e o projeto de construir uma verdadeira esquerda com influência de massas não terá sucesso. É preciso explicar pacientemente o projeto dessa falsa esquerda. O PDT já governou. A Lei do Cão é um exemplo concreto de que não governam para os trabalhadores. Até hoje inúmeras categorias, como professores, tem muita raiva desse governo, que foi neoliberal. Nada houve de diferença substancial entre Jackson e Roseana. No fundo, com eventuais divergências secundárias, a essência é a mesma. Agrega-se que é público e notório que grande parte do governo do PDT foi apoiado por políticos ligados ao clã Sarney. Em relação ao PC do B, partido que aparece mais ideológico, que se diz “o partido do socialismo”. É preciso refrescar a memória dos trabalhadores. Eles, falsos socialistas, já estiveram no governo de Roseana Sarney. Além disso, o PC do B foi um dos partidos que mais defendeu Sarney durante a crise do senado. Uma das defesas mais vergonhosas, afirmando que Sarney foi progressivo durante o governo FHC.

Do ponto de vista nacional, as divergências paroquianas se dissipam. O PMDB de Roseana, o PDT e o PC do B de Flávio Dino, estão todos felizes e abrigados no governo Dilma/Temer sem qualquer atrito para além das brigas por cargos e nomeações nos ministérios.

A crise do PSOL/MA é de ordem política e programática

Infelizmente no último dia 31, fomos surpreendidos com a saída de 49 companheiros, dentre eles Paulo Rios, Saulo, Saturnino, Rogério, Dolores, etc., camaradas que compunham a direção majoritária do partido no estado. Em sua carta, os companheiros apresentam o que seriam os motivos para sua ruptura com o PSOL, dentre os quais a entrada de ex-petistas no PSOL MA. Criticam o PSOL nacional em inúmeros aspectos e em temas sobre os quais a CST se posicionou de forma crítica: financiamento de campanha, o arco de alianças, a centralidade do eixo institucional impulsionados pela maioria do diretório nacional. Porém, eles apresentam um PSOL estadual que não existe na realidade do Maranhão.

Na carta destes companheiros são apresentados dois partidos, um nacional e outro estadual. Ao ler o texto temos a impressão que o PSOL estadual seria um partido muito dinâmico, inserido na classe trabalhadora e que intervinha sempre nas lutas do estado e com ampla democracia interna e consulta às bases. É como se o PSOL MA, dirigido por eles, fosse o oposto do nacional e um exemplo a ser seguido. Mas infelizmente não era assim. Tal qual acontece nacionalmente o PSOL maranhense ainda não conseguiu se fincar no seio da classe trabalhadora, muito menos consegue ter uma atuação partidária nos processos de luta em nosso estado.

A prova disso é que mesmo o partido tendo muitos dirigentes sindicais, como em bancários, judiciário, ministério público e ser parte daqueles que estão na linha de frente da oposição em professores estaduais e servidores públicos federais, o PSOL nunca teve uma linha de atuar de conjunto como partido nas lutas e greves da classe trabalhadora em nosso estado. Por exemplo, ano passado na greve de bancários ou da Fenajufe não saiu sequer uma nota de apoio às lutas dessas categorias por parte da direção do PSOL. A nota de apoio a greve de professores desse ano, por exemplo, só saiu 19 dias depois do início da mesma, por proposta de tendências minoritárias. A intervenção nas lutas se dá por meio do militante individual ou que pertence a uma corrente como ocorre em todos os outros diretórios.

A crise pela qual passa o PSOL MA não pode ser compreendida apenas pelos últimos fatos: entrada de ex-petistas e saída do grupo que tinha a maioria na direção do partido. As diferenças que há muito existem no partido são de ordem político-programática. De um lado havia um grupo que era maioria na direção do PSOL, que mantinha uma postura sectária que visava fechar o partido como forma de manter sua hegemonia política, levando o partido ao isolamento e a derrotas como foi o péssimo resultado eleitoral de 2010. Para se ter outra idéia, em 7 anos, o número de filiados na capital não chega a 100! Como conseqüência dessa visão assumiam posturas anti-democráticas negando o direito que um outro setor do partido pudesse apresentar uma candidatura ao senado.

A ampla maioria das reuniões da executiva do partido, dirigido por esse grupo tratava de questões organizativas ou de finanças, onde se privilegiava as instâncias de direção em detrimento das plenárias de base.

Na extremidade oposta, temos setores que defendem um partido focado na disputa eleitoral que apoiaram Jackson Lago e Lula no segundo turno em 2006 e que se abrem para alianças com PDT, PC do B, etc. Nas últimas eleições, uma das expressões dessa política foi feita pela companheira professora Socorro, nossa candidata ao senado, quando incluiu o PSOL na vala comum dos partidos chamados “anti-sarneístas” como se não existissem diferenças qualitativas, do ponto de vista da esquerda, entre nosso candidato e os demais. Não estamos construindo um partido para ser mais um no campo daqueles que se colocam como oposição à oligarquia Sarney. Temos lado e este é o da classe trabalhadora e do povo pobre que é explorado pelo capital, através de seus agentes diretos, o governo Dilma (PT/PMDB) e o governo Roseana (PMDB/PT). Sem essa delimitação o PSOL MA perde razão de existir.

A nota de apoio à greve dos professores é um ponto programático importante para
recompor o partido.

Achamos que nesse momento é fundamental fortalecermos o PSOL e reafirmarmos nosso partido como oposição de esquerda aos governos Rosena e Dilma. Nossa luta passa também por apoiar e estar presente em todas as lutas e mobilizações da classe trabalhadora e do povo, com a campanha salarial dos servidores federais e dos rodoviários, a paralisação da Fenajufe, as greves como a dos policiais ou mobilizações populares e da juventude. Por isso, reivindicamos como acertada a nota unificada da executiva do PSOL em apoio à greve dos professores da rede estadual, pois nela fica claramente demarcado quem são nossos inimigos: o governo estadual de Roseana e Washington e também o governo federal de Dilma e Temer, além de criticar o governo Jackson do PDT.

O grupo que rompeu, não deu importância a esse texto unificado, votado por todas as forças políticas, porque já não queria mais ser do PSOL. Aliás, convidaram militantes do PSOL a sair com eles e ingressar em outro partido da esquerda, o PSTU. Nós valorizamos a resolução unificada do PSOL e achamos que ela deve ser o eixo para reconstruir o partido, agregando combate ao PC do B, partido que junto aos ruralistas defende mudanças no código florestal em favor do agronegócio. Essa deve ser a política de todos os filiados, sejam antigos ou novos.

Para essa batalha é necessário que a direção do PSOL MA tenha compromisso com o programa partidário e garanta a mais ampla democracia interna, privilegiando as instâncias de base do partido e proporcionando à minoria o direito de defender suas posições.

Por fim, queremos dizer que a saída para a crise do PSOL/MA não se dará de forma burocrática. A necessidade do debate político urge. Qualquer recomposição na direção do PSOL deverá ser fruto desse novo momento que vive o partido, onde todos devemos conhecer o que pensam e propõem todas as correntes, grupo ou personalidades. Para tanto, é imprescindível a realização de plenárias municipais para o adiantamento do Congresso Estadual. Com isso poderemos realizar um amplo debate na base do partido, definindo uma plataforma política e a eleição de uma nova direção. Até lá, entendemos, que nenhum grupo, tendência ou dirigente está qualificado para se auto-intitular como nova direção ou novo presidente.

Propomos aos militantes PSOL que concordem com essas propostas a construção de um pólo classista e de combate no PSOL MA.


Corrente Socialista dos Trabalhadores
São Luis, 09 de abril de 2011


terça-feira, 1 de março de 2011


As novas tarefas da revolução egípcia
Declaração UIT-CI 18/02/11
A queda do ditador Mubarak foi um imenso triunfo da mobilização revolucionaria do povo egípcio, de seus jovens e dos trabalhadores. Durante 18 dias eles produziram uma insurreição popular marchando e tomando a praça da liberdade no Cairo e se mobilizando em todo o país.
Foram milhões os que festejaram no Egito e em todos os países do mundo esta vitória do povo egípcio.
A classe trabalhadora egípcia irrompeu com toda sua força com uma onda de greves. A luta do povo egípcio continua para impedir que os militares e a oposição burguesa e islâmica abortem o processo revolucionário aberto para conseguir uma verdadeira mudança de fundo político e social.
O Egito mostrou o poderio das massas mobilizadas.
A revolução egípcia deu um grande exemplo para os povos do mundo, como antes havia dado a revolução tunisiana, derrubando outro ditador.No Egito se mostrou que as massas mobilizadas tem um poder para conquistar vitórias que a tempos atrás pareciam impossíveis.
Durante semanas conseguiram derrotar a policia e paralisar um dos maiores exércitos do mundo. Mubarak ordenou que o exército fosse as ruas para impor o toque de recolher que nunca se cumpriu. Os soldados com seus tanques, terminaram confraternizando com o povo.Os altos comandos ficaram paralisados e não puderam dar a ordem para reprimir.
O povo mobilizado derrotou também os bandos fascistas de Mubarak que tentaram enfrentar a população concentrada na Praça da Libertação. Jogaram-se para desgastar a mobilização e não conseguiram. Mubarak fez uma última tentativa para se sustentar no poder com um discurso que anunciou que iria seguir no poder e o único que ele conseguiu foi aumentar ainda mais a mobilização. No outro dia, Mubarak fugia do Cairo. Triunfava a revolução. Nos últimos dias foi decisiva a virada da classe trabalhadora para terminar de inclinar a balança. Milhares de trabalhadores declararam greves em todo o país. Até os trabalhadores do Canal de Suez paralisaram seus trabalhos.
A Queda de Mubarak é uma grande derrota política do imperialismo ianque.
Mubarak e seu regime eram peças chave para a política do imperialismo no Oriente Médio, de sustentar o estado sionista de Israel, buscando submeter o povo palestino que resiste de forma heróica. O Egito é o maior país do mundo árabe com 80 milhões de habitantes e junto com a Jordânia, são os únicos países árabes que reconhecem Israel. Tão agente dos ianques era Mubarak, que sustentava um bloqueio na fronteira da Faixa de Gaza, para colaborar com Israel na tentativa de debilitar a luta dos palestinos.
Por isso Obama, o imperialismo europeu e Israel tentaram de todas as formas possíveis que Mubarak se sustentasse no poder e que, como mínimo, não fosse derrubado pelas massas.
Buscaram montar uma “transição” acordada com a oposição burguesa ao regime, com Baradei e a Irmandade Mulçumana. Tudo isso fracassou.
A queda de Mubarak significa outra dura derrota do imperialismo ianque na região e de seu aliado Israel. Desta maneira se agrava a crise política e militar que o imperialismo vive desde a derrota militar sofrida no Iraque com o fracasso da invasão.
O medo de todos os governos do mundo do efeito contagiante da revolução, fez com que não se pronunciassem nem apoiassem abertamente a mobilização do povo egípcio. Os supostos governos “antiimperialistas” como Chávez, Evo Morales, o governo do Irã ou a OLP, todos ficaram calados. Até o Hamas proibiu a marcha dos palestinos da Faixa de Gaza, em solidariedade com o povo egípcio. Logo depois da queda de Mubarak, todos eles saíram a “saudar” o povo egípcio.
Este imenso triunfo do povo egípcio, somado ao da Tunísia, debilita o imperialismo e impacta sobre todos os povos árabes da região que enfrentam a outros regimes ditatoriais e pro-imperialistas. Por isso se multiplicam as mobilizações no Iêmen, Líbia, Argélia, Jordânia, Bahrein e Iraque. Esta aberta a possibilidade de novos triunfos revolucionários dos povos árabes. Tudo isso favorece também a causa do povo palestino e aprofunda a debilidade do imperialismo ianque.
Triunfou uma revolução democrática, a luta continua. No Egito triunfou uma revolução democrática, os trabalhadores, a juventude e o povo egípcio derrubaram uma ditadura. O fato de que estejam no governo os militares, não significa que não tenha triunfado uma revolução. Trata-se de um primeiro grande triunfo. A ausência de uma direção revolucionária, por enquanto, tem impedido que a revolução culmine com um poder dos trabalhadores e do povo.
Pela composição militar do novo governo pode-se pensar que nada mudou, que a ditadura continua. Mas de nenhuma maneira é assim.
As massas mobilizadas quebraram a ditadura. O Conselho Supremo mesmo comandando um exército tem um poder muito precário. Os militares, pressionados pela mobilização revolucionaria, tiveram que ceder com algumas das reivindicações democráticas da revolução. Dissolveram o parlamento, suspenderam a Constituição da ditadura, ratificaram que só ficarão 6 meses no poder e que farão as eleições em setembro. Os militares não puderam derrotar a mobilização e, muito menos, puderam dar um golpe contra-revolucionário. As Forças Armadas não tiveram outra saída que tomar o governo, com apoio do imperialismo e da oposição burguesa e islâmica, para evitar que se aprofundasse a revolução com uma possível divisão militar, com um setor dos soldados e suboficiais passando com suas armas a somar-se ao povo.
Desde já o governo militar não pode ser apoiado nem o povo egípcio pode depositar nenhuma confiança neles, como fizeram a Irmandade Mulçumana e o político liberal Baradei. É um governo capitalista pro imperialista e, por tanto, inimigo dos trabalhadores e do povo. Por isso, junto com os anúncios apontados, também ratificaram os pactos militares com o imperialismo e Israel, para dar “tranqüilidade” a estes inimigos do povo.
Os trabalhadores e o povo egípcio têm demonstrado a decisão de seguir mobilizados para impor suas reivindicações democráticas, políticas e sociais.
As novas tarefas da revolução egípcia e a luta pelo poder dos trabalhadores e do povo A contradição da revolução egípcia radica em que enquanto foram as massas, a juventude, com seu Movimento 6 de Abril, os trabalhadores e os setores populares os que derrubaram a Mubarak, no poder estão os militares com o apoio do imperialismo e a oposição burguesa e islâmica.
No Egito triunfou uma poderosa revolução que em seus primeiros momentos conseguiu conquistas democráticas fundamentais, como a liquidação de Mubarak e seu regime ditatorial, e a liberdade de mobilização de organização. No entanto, a revolução segue aberta e as massas aspiram mais, como conseguir empregos, salários dignos, maiores liberdades políticas e sindicais, a soberania nacional, etc. Isto entra em contradição com a política imperialista, com a cúpula do exército e com as direções opositoras burguesas e islâmicas, que sonham em fazem aos maiores esforços para que a revolução não transcenda as reivindicações democráticas e não avance claramente em uma perspectiva operaria e socialista.
O povo egípcio não saiu para reclamar somente liberdades democráticas, senão também contra o desemprego massivo e os salários de fome nas empresas privadas, bancos e empregados públicos. Estes males são produzidos pela dominação das multinacionais associadas à burguesia local e aos corruptos governantes a seu serviço. Para resolver isto é necessário tomar medidas de expropriação das multinacionais e dos bens dos governantes, os militares e suas famílias, que representam a maior parte da burguesia local. Melhor dizendo, é necessário tomar medidas anticapitalistas e socialistas para poder cumprir as reivindicações de justiça social.
Para os socialistas revolucionários, o processo revolucionário deve continuar porque agora, mais do que nunca, esta colocado que a tarefas pendentes democráticas, antiimperialista e anticapitalista só podem se resolver positivamente com um governo dos trabalhadores e do povo, do Movimento 6 de abril, dos sindicatos e as organizações populares, dos que se jogaram para derrubar a Mubarak.
O povo se retirou da Praça, mas segue em alerta. Agora saem com toda força os trabalhadores pelas suas reivindicações. É necessário lutar para rejeitar o aumento de 15% decretado por Mubarak exigindo que se outorgue um aumento de emergência generalizado que cubra a cesta básica. Fala-se da fortuna de Mubarak de cerca de 70 bilhões de dólares, há que exigir que se apreenda esta fortuna corrupta e todas a propriedades dos homens do regime, para voltar este dinheiro para as necessidades do povo. Não basta a dissolução do Parlamento, que se dissolvam todos os organismos repressivos, que se prenda e julgue aos assassinos do povo. Fora o estado de emergência! Que se autorize a liberdade de organizar política e sindicalmente aos soldados e aos suboficiais das Forças Armadas. Que sejam re estatizadas todas as empresas que foram privatizadas pela ditadura, baixo o controle e administração dos trabalhadores. O novo governo fala de modificar a constituição, mas o querem fazer de costas para o povo negociando nos bastidores com a oposição burguesa e islâmica. Há que rechaçar tudo isso e reclamar que se convoque a eleições de uma Assembléia Constituinte Livre e  Soberana, onde o povo debata tudo e resolva reorganizar o país a serviço das necessidades dos trabalhadores e do povo.
A classe trabalhadora vai às ruas
Uma das expressões do trunfo revolucionário é a irrupção da classe trabalhadora. Mesmo quando o conselho Supremo proibiu as greves, ninguém obedeceu. As greves se multiplicam até convertessem em uma greve quase geral. Estão na luta os trabalhadores dos ministérios, incluindo o estratégico ministério do petróleo, da Saúde e cultura, ocupando seus lugares de trabalho, reivindicando uma melhora salarial e a saída dos altos funcionários relacionados a corrupção.Estão fazendo paralisações, protestos e ocupações de seus locais de trabalho por melhoria em sua condição de trabalho os têxteis, ferroviários, trabalhadores de telecomunicações, correios, bancários, professores, petroleiros, alumínio, farmacêuticos, trabalhadores do Canal de Suez e até policiais exigem um salário igual aos militares e foram a praça Tahrir para dizer que se solidarizavam com a revolução. Os funcionários da maior empresa publica têxtil do país, Misr (24.000 empregados), em Mahalá al Kubra, no delta do Nilo, suspenderam sua greve indefinida, mas anunciaram seguir lutando por salários.
A agência oficial de noticias Al-Ahram relatava: “O vice presidente do Sindicato dos Trabalhadores Egípcios, Mastafa Mongry, permanece detido desde segunda-feira (7 de fevereiro) pela manha por empregados para exigir sua imediata renuncia”. O segundo chefe da corrupta burocracia sindical foi detido pelos seus próprios empregados! Ao mesmo tempo se constituiu uma nova Federação de Sindicatos Independentes.
Mahmud Nassar, líder do Movimento de jovens, afirmou que não suspendera os protestos até que sejam liberados todos os presos políticos. O Conselho Supremo tenta todos os dias desmontar esta poderosa corrente revolucionaria, mas até agora não obteve êxito.
Desenvolver e fortalecer os novos organismos sindicais e populares
As manifestações operárias, juvenis e populares continuam. Este é o caminho para seguir lutando por uma verdadeira mudança de fundo. Por isso também a revolução egípcia põe sobre o tapete a questão da direção política do processo revolucionário.
Frente a ausência de uma direção política revolucionaria se corre o risco de que esta grande revolução se congele. Por isso os revolucionários apostamos e incentivamos que as massas passem por cima das direções burguesas e pro imperialistas, construam sua própria ferramenta política revolucionaria e dêem uma perspectiva socialista, como hoje se vive em pequena escala na bacia mineira da cidade de Redeyef, na Tunísia, onde os sindicatos tomaram o controle do governo.
A experiência do processo revolucionário e das lutas operarias dos últimos anos, permitiram avanços organizativos e na consciência política, muito importantes. Como colocam os trabalhadores metalúrgicos de Helwan é necessário, de imediato, desenvolver e fortalecer os comitês operários e populares, verdadeiros organismos de poder dual existentes, assim como o movimento juvenil 6 de abril, os sindicatos que chamaram as greves, a novo Federação de sindicatos independentes e também propor comitês democráticos de soldados e suboficiais para defender a revolução.
Chamamos a solidariedade com os trabalhadores e a revolução egípcia e de todos os países árabes, exigindo: Fora o imperialismo ianque e europeu dos países árabes e Oriente Médio!
Fora as tropas ianques do Iraque, Afeganistão e de todas suas bases da região! Ruptura de relações com Israel e apoio a luta Palestina! Abaixo as corruptas ditaduras árabes!
Secretariado Internacional da UIT-QI

18 de Fevereiro de 2011