terça-feira, 16 de outubro de 2012

A máquina pública a serviço de reeleger Castelo


Depois de mais de 3 meses de licença do trabalho por conta de estar afastada para concorrer a cargo eletivo, retornei ontem às minhas atividades laborais. Para minha surpresa, aquilo que era ruim, conseguiu ficar ainda pior. 
Para quem não sabe eu trabalho em um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), órgão ligado à SEMCAS (Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social). O CRAS atua como porta de entrada para o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e realiza trabalho com os indivíduos e suas famílias de modo a prevenir situações de risco. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de rendas, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e/ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, entre outras).
Através do CRAS os usuários da política de assistência social têm acesso a programas e benefícios socioassistenciais (inclusive os de transferência de renda, como o Bolsa Família), sujeitos portadores de direitos que são.
No município de São Luís existem atualmente um total de 20 CRAS que constam como em funcionamento, mas apenas constam, pois a realidade demonstra exatamente o inverso.
A minha surpresa em retornar ao trabalho reside no fato de que hoje nem ao menos aquilo que era assumido como prioritário pela Prefeitura no trabalho a ser executado pelos CRAS que é a inclusão das pessoas de baixa renda no Cadastro Único do governo federal para acesso a programas sociais diversos como o Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica, Minha Casa Minha Vida, entre outros tem sido feito atualmente. O motivo? Desde agosto os CRAS estão sem internet (o que impossibilita que os dados informados pelos usuários quando do preenchimento do cadastro manual sejam inseridos no Sistema do CAD Único). Ou seja, muitas pessoas não estão nesses últimos dois meses sendo inseridas em programas sociais ou mesmo fazendo a atualização de seus cadastros (sob pena de terem o benefício bloqueado) por pura irresponsabilidade da Administração do senhor João Caostelo.
Não preciso nem dizer que todas as outras ações também não estão acontecendo: as reuniões com grupos (parte do que compreende o Programa de Atenção Integral às Famílias - PAIF) não estão acontecendo, as visitas domiciliares para acompanhamento das famílias e indivíduos não ocorrem por falta de carro (o que, aliás, não falta na campanha de Castelo), etc.
Além de outras péssimas condições de trabalho a que nós servidores municipais somos submetidos todo o sempre.
Portanto, a novidade quanto à precariedade nos serviços ofertados pela Prefeitura neste período eleitoral é que toda a máquina pública está voltada para a reeleição de Castelo e a impressão que temos é que os serviços ofertados pela Administração Municipal estão de férias por conta da campanha eleitoral. É por isso, por exemplo, que falta tudo o que já citei acima no local em que eu trabalho, mas ontem mesmo foi realizada uma reunião com lideranças comunitárias da área da Cohab e entorno, com lanche disponibilizado pela Prefeitura para tratar de "política". Ou seja, amarrar melhor os currais eleitorais nesse 2º turno, o que pode ter ficado um pouco solto no 1º. Em jogo estão os convênios que muitas associações e entidades que desenvolvem algum projeto na área da assistência social têm com a Prefeitura de São Luís. 
O pior de tudo é saber que essas e outras coisas acontecem com a conivência da justiça e o Ministério  Público faz vista grossa.

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